segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sem bússola

Era só brincadeira.
Um jeito meio lúdico meio ingênuo de seduzir.

Pequenos sinais, gestos suaves,
disfarçados sorrisos, olhares machadianos,
palavras doces, viagem sem bússola.

E do pequeno mergulho
fêz-se onda taquicárdica

E foi-se o equilíbrio, o esconderijo.
Decifrei meu segredo.
Te devorei.

4 comentários:

Ana Laura disse...

Ah eu é que tenho que dizer: fiquei pasma por receber um elogio de alguém que, pelo que notei, entende mesmo da arte de escrever.
Vou ser sincera, eu até gosto de escrever e sei que escrevo direitinho, razoavelmente, por isso até faço letras, mas não vejo nada de extraordinário e nem, muito menos de poético no que escrevo.
Agora você sim. Amei a parte de "olhares machadianos"

"Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."

Não há nenhum trecho da literatura machadiana que me encante mais.

Vou te adicionar aos meus blogs preferidos.
Beijos.

Lucia Laureano disse...

Tem surpresa para vc lá no blog...

http://esperandoguilherme.blogspot.com/2008/04/um-blog-muito-bom-sim-senhora.html

bjs

Luciana Cecchini disse...

muito bonito o seu espaço. Favoritando! Voltarei!

Bjo,

Luci:)))

Narradora disse...

Achei lindo. Adorei o os "olhares machadianos" (de logo, os olhos de Capitu, me vieram). E quase senti a "onda taquicárdica"..rs
Muito legal.
Bjs