segunda-feira, 7 de abril de 2008

Nonsense

Na manhã de ontem, acordei.
E no breve hiato entre abrir os olhos e reconhecer onde estava......me perdi.

Dormi horas, dias, meses, anos....hibernei e desaprendi a pensar.
Esqueci os tempos passados na prisão da sensatez.
Vivi instintivamente, rompi diques, ignorei convenções, saltei além da linha do horizonte e descansei.

E dormi horas, dias, meses, anos.....e nem sonhei.
Travestida em um espírito liberto e transgressor.
A cruzar estradas curvas, sem limite de velocidade, sem placas, pedágios ou compromisso da linha retilínea e monocromática.

Lembro de fragmentos de sons, trechos de textos que li, de vozes longínquas e reconhecíveis.
Um mundo em preto e branco, um copião de Super 8, películas quadro a quadro, surpresas de uma história que contaram.
Ou será que narrei?

E dormi horas, dias, meses, anos....nem sei se morri.
Rosto lívido, maquiagem intocada, mãos sobre o peito e a serenidade dos que não têm mais o que contar.
Ou explicar. Ou convencer.

E quando tudo parecia prá sempre, o despertador tocou.
Vibrato chinfrim.
Já acho que sou mais criativa dormindo.

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