terça-feira, 13 de maio de 2008

Prá mudar o mundo

Os que me conhecem já ouviram falar disso. Sou do tipo que acredita realmente que é possível mudar o mundo. Eu posso mudar o mundo e não desisto dessa idéia.
Ideologias à parte, acho que somos agentes de transformação e que não recebemos a benção de um cérebro tão sofisticado apenas para andar, falar, interagir, envelhecer e morrer. Quero mais! Muito mais! E na parte que me cabe, não posso prescindir da força inequívoca de meus atos e palavras - e não só os meus, mas o de todos - no objetivo de fazê-los instrumentos de interferência e argumentação.
Acho que posso mudar cabeças tacanhas, fazendo-as apenas observar além dos antolhos que por vezes colocamos em nós mesmos. Quero romper com práticas que minimalizam a nossa capacidade de raciocinar, impondo modelos repetidos e que, de maneira geral, sempre nos frustram. Busco e distribuo palavras de afeto - às vezes nem tão afetuosas assim - porque fazer alguém confiante é o primeiro passo para fazê-lo acreditar que sonhar é mais do que dormir e metaforizar no subconsciente. Não raras vezes estou na contramão da história, batendo de frente com quem alimenta o imobilismo, aprisionado aos grilhões de uma vida metodicamente ditatorial.
É claro que muitas vezes também não estou fazendo nada disso e preciso me despertar para voltar a acreditar que posso mudar o mundo, que sou responsável pelo o que me incomoda e que para desestabilizar as zonas de conforto é necessário enfrentar os recuos que o medo da mudança nos impõe.
Não quero desistir disso, de acreditar nisso. Não quero me render ao imobilismo. Não quero ficar somente pragmática. Porque sem emoção não há como mudar o mundo. Somos cavaleiros errantes a crer em moinhos. E nem acho tudo isso um delírio. Não posso passar essa experiência de vida sem usar as mil e uma utilidades de meu cinto de Batman.
Se isso tem ônus? Muitos. Às vezes, quase impagáveis. Mas já faz tempo que escolhi não esmorecer. Quando acho que não vou agüentar, fecho a porta e choro. E amargo o luto. Mas no dia seguinte volto à normalidade. O que não quer dizer que tudo isso seja o normal. Nem sei se é. Mas quando ainda estudante universitária aprendi a frase que guia a minha vida: quem não atua, compactua.
Dá prá perceber que gosto da adrenalina, não?

3 comentários:

Cris Medeiros disse...

Concordo contigo!

Mudamos o mundo com atitudes novas e não com palavras, dizer qualquer um diz qualquer coisa. Agir diferente é o que acrescenta!

Beijos

Luciana Cecchini disse...

"sou responsável pelo o que me incomoda".

Sem dúvida.

Sabe, esse texto vem de encontro ao que sinto. E me dói saber que, na maoria das vezes, não atuo. Sim, compactuo.
Saber e não mudar: compactuar duas vezes.
Nesse país, fazem o que querem de nós. Nós sabemos. Deixamos, criticamos em mesa de bar, nos embebedamos e vamos sorrindo pra casa. Compactuamos sempe.
Merecemos a porcaria que recebemos.

Jane Castelo Branco disse...

Vê, adorei o “... sonhar é mais do que dormir e metaforizar no subconsciente".

Não dizem que a realidade é subproduto dos sonhos?

A luz tem brilhado em outro ponto do prisma. Você não tem idéia de quantos têm visitado meu inconsciente nos últimos dias.

Amo você!