quarta-feira, 21 de maio de 2008

Falando de medos

Não sou uma pessoa medrosa, mas é evidente que tenho medos. De barata, então....desesperadamente. Medo de que aconteça algo ruim com meus filhos, de que minha mãe me falte, de perder quem amo. É claro que temo por minha saúde, segurança, patrimônio....mas além das questões da alma e do coração, só a barata me desestabiliza. Por isso tenho uma grande dificuldade em entender o pavor com que algumas pessoas interpretam situações ou acontecimentos em suas vidas.
Minha filha adquiriu um medo enorme de viajar de avião e isso tem atrapalhado em muito sua vida, profissional inclusive. E é algo tão intenso que não posso me abster de pensar sobre o tema. Ela sofre; eu sofro também. Tento argumentar com todas as questões e explicações sobre a plausibilidade de eventos relacionados à aviação, dados estatísticos, interpretações cartesianas, mas nada parece ser maior do que o pavor que a impede de compreender a razão de minhas justificativas. E o contrário é verdadeiro também. A terapia é o caminho para enfrentar esse monstro tortuoso e descobrir formas de engavetar ou administrar os temores que nos tomam de assalto.
Mas de onde essas coisas vêm? Como explicar concretamente uma sensação aterrorizante que não se fundamenta em algo palpável. Sim, acidentes aéreos costumam ser fatais. Mas fatal é a epidemia da dengue, são as balas traçantes que iluminam as noites cariocas, é o trânsito caótico diante da irresponsabilidade dos humanos. E tem os que sofrem do pavor de falar em público, dos ambientes cheios, de mergulhar no mar, de entrar em túneis, de montanha-russa, de qualquer altura, de ser observado, até de amar e não ser amado.
Quando nosso olhar é só de voyeur, de quem acompanha e sofre junto mas não tem dor é muito difícil. E quero ser condescendente, ajudar, dar colo e compreensão. Às vezes nem sei como.

6 comentários:

Cris Medeiros disse...

A fobia é um medo desproporcional e irracional. Por isso de difícil solução! Eu tenho algumas fobias que não atrabapalham tanto a minha vida e por mais que eu tente racionalizá-las, minimizá-las, quando existe o confronto todo meu emocional perde o controle!

Terapia combinada com medicamentos é a melhor forma de tratar.

Tenha certeza que o objeto de pavor do fóbico é simbólico, ou seja, ele representa algo muito maior que esta escondido na mente da pessoa, um medo muito mais consistente, que fica como que mascarado no avião, na barata, no rato e etc...

Beijos

Joice Worm disse...

Assim que sou... Muito interessante o seu nick.
Já postei muitos textos sobre o medo, e descobri muita gente sofrendo do mesmo mal. Gostei da forma como escreve e descreve. Vou aproveitar para deixar aqui o linck directo de uns dos textos e comentários que postei, mas além deste, há mais:
http://opequenomilagre.blogspot.com/2008/05/morte-ao-medo.html

Tome Chá de Fita disse...

O SIMPLES E COMPLICADO VIVER...

Joice Worm disse...

O que disse "damas de cinzas" é muito pertinente. Tratar o medo com medicamentos e terapias não é tão imprescindível assim. Para tudo há uma ciência. E se o medo não for de ordem neurológica, pode ser tratada da maneira mais natural do mundo: Auto-controle.
Um beijinho para ti "assim que sou"

Cin disse...

È complicado, mas é algo que depende só dela superar, de qquer forma compreensão e colo de mãe sempre acalentam.

Bjinhos!

Dyrdhra disse...

Medos todos teem. Qdo esse medo se torna irracional ele passa a ser uma fobia. Eu sempre tive medo enlouquecedor de aranhas