quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ilações sobre o amor

Das várias ilações sobre o amor, gosto daquela que diz que nos apaixonamos pelo que reconhecemos de nós mesmos no outro. Talvez em doses mais equilibradas, talvez não. Mas é delicioso estar em sintonia de prazer e admiração com a resposta que vemos, com o olhar apenas e nem sempre com os ouvidos, no objeto de nossa paixão.
Curioso é perceber - e hoje vivi essa experiência - o quanto me fere e frustra ver - literalmente -ou reconhecer no outro o reflexo do que abomino em mim. Como as reações destrambelhadas e intempestivas, a ausência da razão, a agressividade desmedida, a mágoa revivida. Esse sentimento realmente me fere, me frustra, me faz reconhecer uma face que não me atrai ou apaixona.
O amor nos permite a interferência? A sacudidela emocional que leva o outro - ou a nós mesmos - de volta aos trilhos? A argumentação equilibrada quando os mares são de tempestade?
O amor nos permite dar feições eventualmente tragicômicas aos acontecimentos que rompem a métrica perfeita da paixão? Na verdade, acho que sim. Porque somos seres erráticos em busca de finais felizes, das paixões intermináveis, da profunda sintonia que preenche nosso corpo e alma. Sei do delírio de minhas blogueiras palavras mas, tal qual os poetas, sofro os sonhos e sonho o sofrimento.

7 comentários:

Anônimo disse...

O amor. Complexo e ao mesmo tempo tão simples.

Cris Medeiros disse...

Creio que para nos apaixonar precisamos sempre de admirar o outro de alguma maneira, por aquilo que temos de melhor em nós, ou pelo que gostaríamos de ter!

Beijos

Clecia disse...

Ótimo texto, verônica! Explicar o amor não é fácil. Explicar o porquê de amar este e não aquele às vezes tem resposta e outra vezes não. Mas creio que acima de tudo é preciso que admiremos o outro, do contrário como amar? Bjos!

Karla Lemos disse...

Amar e/ou decepcionar-se, eis a questão?! Acho que mesmo assim com igualdades ou diferenças, o amor ainda está acima de muitas coisas. Conheço uma pessoa que me ensinou e continua a me ensinar que vale a pena.
Lembra somos internamente diamantes brutos, lapidados, mas em nosso interior a origem ainda se mantém, acho que haverá um dia em esse miolo, será apenas uma lembrança da origem. bjs

Ana Baldner disse...

O amor permite tudo desde que seja verdadeiro...

obrigada pela visita... antes tarde do que nunca rsrsrs

bjs

AJA - Aliança dos Jovens Águias disse...

Somos seres apreciadores. O início de qualquer relação está nessa apreciação mútua e saudável.

Bjs!

Elcio Tuiribepi disse...

Olá, interessante a forma como conseguiu se colocar dentro do texto bastante humana, enxergando seus defeitos, pois nossos olhos geralmente não vêem nosso próprios defeitos, e assim sendo não os admitem. Cheguei até aqui através de um comentário seu meio que poético...show de bola os textos no blog...um abraço...na alma