quarta-feira, 11 de junho de 2008

Um dia para chorar

Hoje queria muito chorar,
mas nem sei como fazê-lo.
Acho que desaprendi
ou perdi na esquina da alma segura.
Mas que alma segura
o que nem se pode conter?
A seca das lágrimas desidratou meu corpo
e trouxe sede.
Quero chorar porque estou triste,
porque preciso da benção desse molhar
que irriga minha´alma
e filtra a dor.
Quero chorar porque tenho vontade,
porque choro por dentro
e preciso vazar o que me afoga.


Esse poema, quase prosa, é motivado pela perda trágica de um companheiro de trabalho. Hoje, ao ver tantas pessoas sob lágrimas, pensei o quanto me incomoda não conseguir expressar minha dor além da minha própria dor. Faz tempo que preciso chorar. Mas não quero viver a dor para reaprender a chorar.

7 comentários:

Cris Medeiros disse...

Isole-se num cantinho só seu e tente relembrar toda a situação, a pessoa. isso ajuda a chorar e colocar isso pra fora!

Beijos

Jane Castelo Branco disse...

A vontade que tenho é de ficar muda para ver se no silêncio as palavras se encontram e tomam a forma de um grito de dor.
Vida + ontem + hoje – amanhã dá o que?

Joice Worm disse...

Que pena Verônica. Eu sinto muito por ti e por seu colega. É muito triste este tipo de afastamento de uma pessoa de nós. Ainda bem que não descreveste a tragédia. Basta saber que já não haverá mais uma oportunidade de conversar e conviver, para ser uma tragédia.
Mas descansa, amiga. Neste momento estou super doente com uma gripe forte desde a semana passada. Fui ao meu blog e escolhi com o dedo um Blog para visitar. Cheguei aqui e vi que estavas a chorar. Não foi por acaso que cá cheguei então.
Não esquecerás de seu colega nunca. Aposto que só ficaram coisas boas no seu coração. Esta era a intenção dele...
Um beijo grande para ti, linda!

João Luis Guedes P. Pereira disse...

A vida se foi, o sonho acabou, a família inconsolável, os amigos saudosos. Porque somos testados dessa maneira? Porque temos que passar por isso? Porque nos sentimos abandonados? Porque? Essas perguntas talvez nunca serão respondidas da maneira que a gente espera, mas o que me consola é imaginar que a vida é muito mais que pensamos ser, é pensar que estamos em um processo de aprendizado, de passagem para algo maior. Somos pequenos nesse universo infinito de possibilidades, portanto não posso acreditar que tudo acaba aqui. Acredito em destino, mas também acredito em livre-arbítrio, acredito na realidade, mas também me dou o luxo de sonhar; acredito no mundo terreno, mas minha fé também me alimenta. O pensamento e as palavras, nessa hora, são uma tentativa de domar a dor e angústia. Nem sempre é possível ser tão racional. principalmente quando o emocional é quem dita as regras, afinal somos humanos. Enfim, quero aproveitar e desejar ao nosso amigo Flávio, uma boa viagem nesse novo percurso e dizer que a alma iluminada dele fará grande diferença onde quer que ele esteja. Um dia a gente se vê...

João Luis Guedes P. Pereira disse...

A vida é frágil, curta e , se a olharmos atentamente, ela começa a cada dia.

Não temos anos de vida, temos sim, dias de vida que começam quando acordamos e terminam quando dormimos.

A vida deveria ser contada e comemoradas em dias e não em anos.

E realmente, devemos comemorar cada novo dia como se fosse um novo ano, uma nova chance de viver..

Pode parecer redundância o que eu digo, mas é a mais simples e verdadeira realidade.

Bem, vamos viver, e viver!

(Essa palavras foram ditas pelo meu pai (http://blogdojopin.blogspot.com), que tem adorado cada vez mais a arte de escrever)

Maldito disse...

Pois é,...um dia ainda chegará a nossa vez né,...a unica certeza da vida é a morte

Camilla Tebet disse...

Verônica, sinto muito pela sua perda. Quanto ao seu choro.. sabe, eu acredito que existem várias maneiras de chorar e nem todas elas incluem lágrimas molhadas. Não se cobre tanto em momento de dor. VC está chorando sim, só as lágrimas que não estão caindo.
Um beijo com carinho pra vc.