quinta-feira, 11 de junho de 2009

Reconhecimento

Das várias ilações sobre o amor, gosto daquela que diz que nos apaixonamos pelo que reconhecemos de nós mesmos no outro. Talvez em doses mais equilibradas, talvez não. Mas é delicioso estar em sintonia de prazer e admiração com a resposta que vemos, com o olhar apenas e nem sempre com os ouvidos, no objeto de nossa paixão.

Curioso é perceber o quanto me fere e frustra ver - literalmente - ou reconhecer no outro o reflexo do que abomino em mim. Como as reações destrambelhadas e intempestivas, a ausência da razão, a agressividade desmedida, a mágoa revivida. Esse sentimento realmente me fere, me frustra, me faz reconhecer uma face que não me atrai ou apaixona.

O amor nos permite a interferência? A sacudidela emocional que leva o outro - ou a nós mesmos - de volta aos trilhos? A argumentação equilibrada quando os mares são de tempestade? O amor nos permite dar feições eventualmente tragicômicas aos acontecimentos que rompem a métrica perfeita da paixão?

Na verdade, acho que sim. Porque somos seres erráticos em busca de finais felizes, das paixões intermináveis, da profunda sintonia que preenche nosso corpo e alma. Sei do delírio de minhas blogueiras palavras mas, tal qual os poetas, sofro os sonhos e sonho o sofrimento.

14 comentários:

Anônimo disse...

Olá amiga!
É sempre bom encontrar vc aqui!
Bjs

Kyria disse...

Verônica querida,eu penso que cada vez que fazemos uma leitura de um texto percebemos e reagimos de acordo com a nossa vivência do no momento.
Estou de acordo com você, o amor vivido entre dois que se sintonizam no tom de voz, no piscar dos olhos, na cadência dos passos, é muito gratificante. Enxergar nosso jeito desagradável no outro é ruim mas nos traz o sinal de que não estamos nos agradando e podemos mudar, se quisermos com afinco.
Acho que é isto mesmo o que ocorre, nos relacionamos com os opostos ou com os semelhantes e em ambos os casos é jegítimo a interferência ora de um, ora de outro.
Seus posts são sempre ricos e bem escritos e eu não consigo me expressar tão bem, bjs.

Janaina Amado disse...

Gosto muito quando buscamos no outro o que nos complementa. Abraço!

Monique Frebell disse...

Lindo, lindo, lindo!
Não sei definir melhor, aliás, tudo o que vc escreve sai assim.

Ô mulherzinha pra escrever bem!

Rsrs*
Beijos!

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
Estou passando para conhecer seu blog um pouco melhor.Obrigada pela visita ao Um pouco de mim.
Também quero desejar uma semana maravilhosa, com muitas coisas boas...
Beijos e fique com Deus.

Ruberto Palazo disse...

Acho que o grande problema dos amores, é que buscamos finais felizes. Essa é a grande diferença, pq finais nunca são felizes... finais sempre são tristes, sempreee!! O que devemos querer é viver amores felizes, de preferencia uma história sem fim...

Beijos

Rosa disse...

Olá Verônica,
Feliz por lhe visitar aqui, no seu cantinho exclusivo ( mais ou menos né?). Voce nos permite dividir um pouquinho. Estou alegre por poder dar os créditos a quem de direito. Há tempos atrás passei por aqui, por intermédio do blog da querida Lucia. Me incantei. Pelas palavras, pela doçura, por perceber nitidamente a busca da autora pelo conhecimento, pelo carinho em dividir conosco seu aprendizado. Nossa!! como fiquei feliz. E meu coração se encheu de estímulo a escrever, e agradecer a Deus pela oportunidade de estar ali, lendo, pensando e sentindo profunda gratidão. Jamais pensei que um dia a conheceria, que poderia lhe dizer que vc me inspirou. Mas Deus, justo e bom tinha outros planos. E hoje quero lhe dedicar aquele poema. Está no meu blog com o título "Aprender", e esteja certa que estou muito feliz por isso. Muito obrigada por dividir conosco palavras que edificam e aquecem nosso coração.
Carinhosamente,
Rosa

Fillipe Ramos disse...

Se não fosse o sonho e o sofrimento o que seria do poeta cotidiano?
Aquele que todos os dias enfrenta o labor. Sem questionar seus motivos..
Tensando omente no seu dever para com sua família, sua mulher, seus filhos.. esse que sofre não tem tempo para reconhecimento..

Que pode sentir nem que seja um toque de reconhecimento.. Alegre-se eternamente pois a força de seu trabalho de certo quebrou fronteiras!

Adorei o blog..
Abraço!

Lidiane Vasconcelos disse...

Oi, Vê!
É, já tinha ouvido falar dessa definição do que seria o amor: sentimento que temos pela pessoa com a qual nos identificamos porque vemos nela um pouco de nós. Mas como você, também me incomoda ver no outro o que acho feio porque vem a constatação de que estou vendo o que também há em mim.

Mas quem disse que somos perfeitos, não é? Quem disse que também não temos manifestações de coisas feias em nós? Lógico que temos! E saber-se assim é um bom começo para a gente buscar ser melhor. ;)

Ah! Adorei a forma como você analisou e procurou mostrar o quanto podemos todos (quem doa e quem recebe, e a natureza) ganhar num processo de doação. Você faz a gente enxergar que há muito mais envolvido nisso tudo, e o quanto a longo prazo podemos avoluir a partir de gestos tão simples. Obrigada. :)

Beijos

Lidiane Vasconcelos disse...



Concordo com tudo o que você disse. Sem dúvidas nas fotos que a gente vê em revistas e sites de decoração a falta dos apetrechos que você citou remonta a um banheiro de “ninguém”, não é? Mas sabe como encaro essas imagens? Como mera fonte de inspiração, como nos desfiles das altas grifes que mostram tendências, mas que na realidade não parecem roupas “usáveis” para os mortais “normais” como nós. ;)
Beijos!!

[ rod ] ® disse...

Sonhos reais não podem ser normais sem uma gota de sofrimento.

Bjs moça e vim te convidar.





A saga dos 12 textos já começou... Venha conferir no dogMas, diariamente, de 01 a 12 de julho em comemoração ao meu aniversário.


dogMas...
dos atos, fatos e mitos...

http://do-gmas.blogspot.com/

Lidiane Vasconcelos disse...



Obrigada pelo seu comentário no Bicha. Saber sua opinião é sempre muito bom, porque você É uma mulher de opinião formada. Saber que o Bicha te agrada e sentir que você fica á vontade para comentar me deixa muito feliz. Não fosse para estimular um ambiente virutal onde a troca “reine”, não teria razão de ser para mim. :D
Beijos

Lidiane Vasconcelos disse...



Sua sugestão está anotada, e na verdade sempre que vou a Sampa dou uma olhadinha no que tem de legal por lá e exposições entrem no meu rol de preferências. Inclusive dia desses fui no Centro Cultural Banco do Brasil ver uma dessas, e a que vi era sobre as aventuras marítimas de Portugal na época em que aquele país era o “rei dos mares”. ;)

Adorei ler sobre o que andou fazendo na sua semana de férias, porque é o tipo de coisa que gosto de fazer também: ir a livraria folhear livros e revistas, tomar cappuccino, comer alguma delícia sem culpa, jogar conversa fora com alguém muito agradável.

O que me falta é passear no calçadão. Fazia isso bastante em Recife, num fim de tarde, mas hoje não dá mais...

“Tudibom”!

Ah! Por favor, sempre se estenda muito nos seus comentários. Adoro isso. E se eu te contar que relaxei somente lendo o que escreveu, você acredita? É que tenho a imaginação fértil, e ela foi loooonge!!!
Beijos!!

Camilla Tebet disse...

O inferno então são os outros ou somos nos mesmos nos outros. Texto pra pensar.
Buscar no outro o que me é conveniente, me preenche e me frustrar quando o outro tem a mesma falta que eu. Assim.Assim vou aprendendo então que assim é amar.